quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Só sei que nada sei

Tem algo errado dessa vez. Eu não sei como começar isso, nem o que dizer. Mas as palavras estão aqui e de alguma forma elas precisam sair. Como dizê-las? E pra quem? Quem em sã consciência prestaria atenção no que tenho a dizer? E quem entenderia, se nem eu mesmo as entendo? “Só sei que nada sei” já dizia Sócrates. Só sei que elas precisam sair de mim, da minha garganta, da parte mais oculta da minha alma, dos meus dedos… Seja com inúmeros erros ortográficos, eu não me importo. Só precisam sair. Não contei à ninguém, mas eu chorei no banco daquela praça. Chorei saudades. Aquelas foram as lágrimas mais renegadas da minha vida. Neguei que você saísse da forma mais triste de mim. Eu estava ali dentre aquelas pessoas esperando que você aparecesse e me salvasse. Mas você não foi e eu fui salva por outro. Não sei se “salva” é a palavra certa, mas ele conseguiu levar minhas dores pra longe ou as transformou em sorrisos. Ele sim, merece aquele meu abraço que eu sempre guardei pra você. Mesmo com todos seus vacilos, meus braços sempre estiveram aptos a te dar o melhor abrigo. Não só meus braços, mas como minhas pernas, lábios, ouvidos…e, ah, toma! Era tudo teu. Pois bem, sei que as coisas estão mudadas porque sempre consegui com facilidade escrever sobre você. Mas dessa vez não. Pensei em tantas outras palavras, algumas mais bonitas, porém não tão sinceras como estas. Pensei também em te xingar com os mais terríveis palavrões. Percebi que qualquer coisa que eu escrevesse não teria importância nem pra você, nem pros demais. Só que estas, exatamente estas palavras expressaram meu alívio. Não alívio completo, eu sei que mais dias, menos dias estarei aqui novamente fazendo a mesma coisa, numa busca por um pouco de calmaria pros meus sonos. Procurando o mínimo de autodefesa da imensa loucura que é o amor, tentando através destas palavras, te esquecer.

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