quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Why, Henri?

E então, como posso me permitir dormir sem ao menos ouvir como foi teu dia? Um preguiçoso ano que se arrastou só pra eu sentir mais a tua falta. Um ano sem te ver, sem te tocar, sem saber, ao menos como vai tua vida. Eu estive com outros caras. Brancos e altos, assim como você. Loiros e morenos. Juro que pensei pouquíssimas vezes em você, e cheguei acreditar que eu não te amava mais, apesar de não aceitar que amar possa se conjugar no passado. Estive fora, viajei por uns meses e voltei para o mesmo lugar, literalmente. Agora me vejo revirando coisas, bagulhos e sempre te reencontrando em todas estas coisas. Cada coisinha tão pequena e besta, porém tão peculiar. Te encontro até mesmo neste cheiro de coisa velha que agora exala o ambiente. Me livrei de você ilusoriamente. Pensei estar limpa, mas continuo suja de você, dos pés à cabeça. Até minhas palavras estão imundas. Cadê você, hein, Henri? Por que você some nestas horas? Hoje eu te procurei na rua, por onde costumávamos andar juntos. Mas você estava aqui dentro de mim, perdido nas minhas velharias esperando eu chegar pra te achar. Tudo o que sinto agora é raiva de mim por ser tão babaca, e tudo escrito aqui soa tão sentimental que me causa náuseas. Desculpe, palavras não são o meu forte. Talvez eu devesse pedir que volte, ou eu mesmo deveria largar tudo neste exato momento e ir até você. Pegar qualquer condução que me leve de volta pro lugar de onde nunca deveria ter saído. Mas eu não vou fazer isso porque eu sou uma chata e orgulhosa e escrota. Sou tudo isso e mais um pouco, mas eu to aqui se quiser. Vá! Pode ir, eu não esquento. Beije outras, faça sexo com elas. Mas volte e faça amor comigo. Volte porque ninguém te conhece tão dolorido e tão você como eu. Entre coisas bonitas, eu prefiro o que há de mais rude em você. Não há nada mais triste do que te ver de longe e não poder ter tuas mãos calejadas acariciando minhas costas. Então, não mantenha tanta distância. Eu fiz isso e me deparei com a maior das certezas da minha vida: eu amo você.

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