quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E por que eu nunca enjoei de você?

Então, por onde eu começo? Ou será que devo recomeçar? Nem lembro mais de onde eu parei. Ah, sim. Estava dizendo sobre teus olhos canalhas, e agora me dei conta de que existem teus membros superiores, inferiores e cada maldito centímetro do teu corpo que insisto em percorrer todas as vezes que esqueço o caminho de casa. A casa é qualquer lugar que você esteja. Hoje, só por hoje eu me renderia ao inferno que é teu aconchego. Aquela história de que estou livre de você é somente algo pra eu, talvez, tentar acreditar e não sofrer mais. Sim, é tudo papo furado. É tão difícil simplesmente abrir mão dessa minha abstinência de você. São quatro meses de mentira, e um pouco de ordem pra minha vida. To de boa, seguindo. Tropeçando pra que talvez você surja repentinamente e me segure, mas você não aparece e, então, eu caio de cara no chão. Não sei ainda porque estou escrevendo pra você. Mas que merda!!! Queria estar escrevendo sobre a nova fase da minha vida. A tão esperada “Independência”. Está sendo divertido, porém não tão interessante como falar sobre você. Mas que merda!!! Tudo tão comum e clichê que me cansa. Tu sabes, Henri, odeio mesmices. E por que eu nunca enjoei de você? Olha, eu preciso muito conversar com você. Essas pessoas são repugnantes. Massas, fantoches e facilmente manipuláveis. Comuns. Bonitas e abstratas. Não abstratas como nós, que só nós entendemos o sentido “da coisa”, mas abstratas, que eu digo, é sem sentido. Ilusórias. Sabe quando você se impressiona com a aquele brigadeiro de padaria enorme, mas quando come descobre que é aquele que já é vendido pronto e eles só enrolam no granulado? Já fabricado. As pessoas estão assim e eu não aguento mais essa falta de interesse por qualquer coisa. Elas só pensam em agir em conformidade com o que algum filho da puta pôs na cabeça delas e não com o que elas realmente acreditam. E eu estou lidando com esse tipo de pessoa todo santo dia, por diversas vezes. É capaz de entender agora por quê só escrevo de você?
“Você é minha fase ruim. Não. Você não me conheceu numa fase ruim. Você é a fase ruim. Você é o tipo de pessoa que faz as coisas desandarem, que provoca a fúria das coisas. Você é o tipo de pessoa que descoisifica qualquer coisa. Alguém assim não pode ser coisa boa.”
Você não é coisa boa, mas consegue ser tudo que eu preciso. Que saudade de você e de toda aquela bagunça que você causava na minha vida. É realmente muito bom lembrar de você, e acredite, eu faço isso sempre. Foi fácil pra mim hoje falar sobre essas coisas pra você, porque sinto que posso contar até as coisas mais terríveis que já fiz. Você se manteria perto.

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