quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Queda livre

Esse dia cinzento me faz querer ficar mais um pouco na cama. Meu corpo e minha mente requerem descanso, mas ainda são 5:30 da manhã e preciso levantar. Me forço a acreditar que esse dia possa, por acaso, ser produtivo se eu me empenhasse mais. Apliquei aquele poema que diz “Amanhã fico triste. Amanhã. Hoje não (…)” durante muito tempo, só que hoje foi o dia de ficar triste. Um dia cinzento, com um céu coberto de nuvens e somente minhas olheiras como companhia. Com essa manhã falida eu começo meu dia ouvindo aquelas músicas de sempre, que até aleatoriamente seguem aquela maldita sequência que me faz lembrar de coisas que não deveriam ser lembradas. Agora, a diária dor de cabeça começa – o que me faz pensar que preciso fazer um óculos urgentemente, antes que eu fique cega aos 18 anos-, e mesmo ainda no caminho para o colégio, já penso em voltar pra casa pra, finalmente, dormir mais. E por que não estou dormindo? Sim, eu perdi o sono de tanto pensar em você! Se já não bastassem noites de insônia, tenho que lidar com as tardes de insônia. Satisfeito? Eu que só pensava em chegar em casa logo pra dormir, agora só penso em tocar nos seus cabelos. Eu que resistia ao sono por você, hoje durmo obrigatoriamente pra não pensar em você. “Eu que não amo você envelheci dez anos, ou mais nesse último mês.” Como se fossemos dois desconhecidos, sem olhares trocados, você deixa apenas seu perfume quando passa por mim. Deixando também saudades e mais futuras insônias me fazendo lembrar de como era bom sorrir com você. O que faz parecer que estou caindo lentamente num abismo, sendo essa queda para dentro de mim. O que faz me jurar a cada fim de texto que tal seria o último. E esse texto não é pra você. Não é pra mim. São palavras para tampar o vazio deixado por você.

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